terça-feira, 28 de setembro de 2010

A Teoria do Big Bang

Aristóteles, para explicar a origem das espécies, propôs inicialmente "A Teoria da Geração Espontânea" (ou a "Abiogénese"), segundo a qual a matéria orgânica surgia espontâneamente a partir de matéria inorgânica, e chegou a esta conclusão colocando um bocado de queijo em cima da sua bancada, e vendo que, passados uns dias, em vez do queijo se encontrava lá uma ninhada de ratinhos... Ora o que aconteceu na verdade é que os ratos que já existiam na arrecadação, comeram o queijo e procriaram. Como são tímidos, fugiam e ninguém dava pela sua presença. Viam apenas os ratinhos bebés...

Com este exemplo quero chegar à teoria da evolução do universo, cuja explicação actualmente aceite é quase tão repentina e espontânea como a dos ratinhos... E uma das primeiras coisas que me intrigam é a origem da matéria. Aprendi na escola que os elementos se formam nas estrelas, e que na nucleossíntese primordial (o "nascimento" dos 1ºs elementos) a matéria formou-se logo após os 1ºs instantes da explosão... Mas como é que houve explosão sem matéria??? Se calhar já lá estava...

Pelo que pesquisei, e pelas informações que tenho vindo a reter, através daquilo que está ao meu alcance, do que aprendi em 3 anos de Astronomia, e da lógica que automaticamente me vêm à cabeça, proponho uma espécie de modelo explicativo do Universo em que penso estar incluída.

Considero que um Universo tão complexo como o nosso não se pode ter formado a partir de uma explosão num ponto único, não conseguindo eu especular nada sobre a origem propriamente dita da matéria. No entanto, considero que o universo funciona como um líquido em ebulição, mas em enormíssima escala. Passo a explicar:

Imaginemos uma panela de água. A água é feita de partículas, que deambulam naturalmente pelos espaços entre elas. Quando aquecemos essas partículas, elas começam a organizar-se, criando correntes de convecção (devido à densidade) e, enquanto umas chocam umas com as outras, outras afastam-se umas das outras. No entanto, a corrente vai "direccionar" uma maior quantidade de partículas para as zonas menos densas e, posteriormente, para as mais densas.

Agora, transpondo isto para a enormíssima escala, se o Universo for a nossa panela de água, vai ter galáxias, enxames de estrelas, nebulosas, e todos os nossos objectos, que serão as nossas partículas. Se o Universo está em expansão, não se explica que, por exemplo, a galáxia Andrómeda se esteja a aproximar tanto da nossa Via Láctea, ou que existam assim tantas colisões entre galáxias, em vez do afastamento...Se por acaso existir uma corrente e se esses objectos se comportarem como partículas, podem chocar e fazer o que lhes apetecer...

No que respeita à energia, uma corrente de convecção é como uma corrente de energia, que as partículas tomam, e também criam, que provém do calor, neste caso...No caso da panela, existe uma fonte de energia, o fogão, mas no caso do Universo, essa energia poderia ser a radiação (Microondas), mas de uma forma mais complexa, em que o próprio Universo gera a sua energia (através da quebra das ligações entre átomos, ao nível do núcleo, essencialmente)...

Por fim, a elevada mobilidade destas "partículas" justificar-se-ia pelo facto de serem maioritariamente compostas por elementos leves, como o Hidrogénio e o Hélio, e também por serem "partículas energéticas", como referido acima...

Em relação a energias negras, matéria negra e anti-partículas, disso não entendo muito, porque, como já referi, só me estou a basear no que aprendi tanto na escola e em palestras, como nos anos em que me dediquei à Astronomia...

Em resumo: considero que o Universo se comporta como um conjunto de partículas, em que elas próprias utilizam a sua energia, em conjunto com a radiação microondas, mas que a origem de toda esta complexidade não se explica por intermédio de uma simples explosão do nada, mas através de algo menos espontâneo, num fenómeno muito mais lento do que aproximadamente 13 biliões de anos...

Referências Bibliográficas:
- Almeida, Guilherme et al "Introdução à Astronomia e às Observações Astronómicas", Plátano Edições Técnicas, 1999
- Barros, Aquiles Araújo et al "Química 11 - Física e Química A - 11ºAno", Arial Editores, 2008
- Silva, João Carlos et al "Desafios 11 - Biologia e Geologia - Vol.1", Edições ASA, 2008

2 comentários:

Fredy disse...

É um assunto muito complicado e que tem asas para muuuita polémica.
Mas gostei da explicação, e gostei ainda mais do sentido que ela mostrou, ou seja, foi muito coerente.
Sofia, já pensaste mandar um mail à NASA a explicares a tua teoria com pormenor e trocares algumas impressões com quem (supostamente) sabe mais do assunto?
Quem sabe, poderias ter a sorte de ser contactada pela própria Nasa ou pensando ainda mais alto, chegarem a fazer te alguma proposta de bolsa de estudo ou assim... ;)
Continua assim amiga, vais chegar longe :)
Bjs Fred

StarSuh disse...

Verdade, Fred, e muito obrigado. Mas olha que mesmo esta "pequena" justificação deixa muitas pontas soltas: por exemplo, a parte dos elementos leves, dos fluxos de energia, e das zonas mais e menos densas do universo (e densas com o quê? mais precisamente, porque o vácuo é apenas o espaço entre as partículas), e em questões de temperatura, numa escala gigante...é mesmo complexo... mas por acaso não tinha pensado nisso. Já expus esta teoria a um "astrofísico", mas...não correu bem xD

Em relação aos mails à NASA...é uma ideia (caso para pensar)! Mas não quero sonhar alto, e por agora, a Astronomia é só um hobbie, mas quem sabe...lol

Mas muito obrigado Fred, mesmo a sério...e mesmo se chegar a ir longe, quero continuar a estar perto de vocês, porque vale a pena :)

(hoje estou muito sentimental xD)