sábado, 7 de agosto de 2010

Finitude do Mundo e Temporalidade - Parte III


Quanto ao mundo do conhecimento, o mundo inteligível e do subjectivo, as diversas áreas científicas, humanas, como a saúde, a matemática, a física, a química, a geografia só poderiam atingir a finitude se albergassem todo o conhecimento a elas referente: se todos os conteúdos por elas explorados se tornassem factos incontestáveis, verdades absolutas, e se não existisse mais nada que investigar ou explicar, e se cada um destas áreas fosse detentora de toda a sabedoria. Assim, estaria cumprido o objectivo de cada uma das áreas, e não existiriam mais dúvidas, doenças, dificuldades, e este mundo seria perfeito. Porém, o conhecimento universal, para além de inacessível, não poderá ser adquirido num espaço de tempo assim tão curto, que o homem ainda permaneça vivo e não esteja em risco de extinção, devido às consequências futuras daquilo que hoje faz: a nível ambiental, e da influência no equilíbrio da Natureza e do seu próprio planeta. Para além deste problema, todas as áreas se inter-relacionam, pelo simples facto de cada uma delas ser investigada por seres humanos. Tal como no mundo sensível, a finitude do mundo inteligível também está relacionada com o nosso desaparecimento.

Não podemos afirmar com certeza de que nos iremos extinguir, mas caso isso aconteça, a finitude do mundo só chegará quando isso acontecer. O ser humano é um ser capaz de pensar, ser racional e criativo ao mesmo tempo. Possui um cérebro complexo que lhe garante, para além do instinto de sobrevivência, o “supérfluo”, que lhe permite inventar, criar, dar um sentido à realidade que o rodeia. É o único capaz de alterar factos, de fazer descobertas, de as catalogar, de as interpretar e de as entender. Sem o ser humano, o mundo deixará de ser pensado. Assim, a questão da finitude do mundo também deixará de ser pensada, pois é uma questão que apenas ao homem pode interessar, pelas suas características. Sem o homem deixará de haver finitude, ou seja, será o momento em que, num determinado tempo, a finitude chegará.

Em conclusão, num tempo que não podemos prever irão existir uma série de transformações, em que nem todas serão benéficas para nós, humanos, e em que as consequências dessas alterações poderão levar à extinção do único ser pensante e criativo do planeta Terra. O mundo sensível e o mundo inteligível, idealizados pelo homem deixarão de ser questionados. O mundo deixará de ser questionado, a natureza deixará de ser questionada e o conhecimento deixará de ser questionado. Numa perspectiva universal, o mundo deixará de fazer sentido, e quando esse futuro for presente, será o momento da finitude de tudo, incluindo da temporalidade.


Ver Parte I

Ver Parte II

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Mito - Que percentagem de cérebro usamos?

Há quem diga por aí que só usamos 10% do nosso cérebro, ou 30%...e que se estudarmos muito e o exercitarmos, podemos chegar aos 90%... É tão falso!!!

É o seguinte: nós temos um cérebro 100% FUNCIONAL, mas não usamos todas as suas capacidades ao mesmo tempo, como é óbvio: se eu estiver sentada, não estou a usar as pernas, mas elas estão lá e funcionam... Da mesma maneira que se acontecer uma catástrofe qualquer na minha casa, o instinto de sobrevivência do meu cérebro entra em acção...

Não há nada que determine a percentagem que utilizamos do nosso cérebro (já que nem o conhecemos na totalidade).

Há também quem diga que se utilizássemos mais de 90% do nosso cérebro conseguiríamos prever o futuro, mover objectos com a mente... NÃO! Na verdade, se estivermos a utilizar 90% do nosso cérebro temos de, na melhor das hipóteses, estar a correr, a ouvir música, a dar aos braços, a estudar matemática, a memorizar o chão, a contar o número de passos e a dar saltinhos ao mesmo tempo.... Se existem pessoas capazes desses feitos, é porque, como todos sabemos, os cérebros não são todos iguais, e isso não está propriamente relacionado com a percentagem de utilização, mas sim com capacidades sobre-humanas e sobre-desenvolvimento de certas zonas...

Durante a noite é quando o nosso cérebro mais trabalha (o trabalho mental para ele, é como que um descanso). Ninguém sabe porque é que isto acontece. Quando dormimos desligamos todo o mundo físico e o mundo dos sentidos, e ligamos o interruptor do pensamento, dos sonhos, e da actividade cerebral máxima...provavelmente aí também estaremos a utilizar uma grande percentagem do cérebro...

Estes exemplos mostram que existem diferentes situações e contextos em que o cérebro pode estar ou não mais activo, mas não está provado que exista uma percentagem fixa de utilização.

Para comprovar, leiam o livrinho "A Alma está no Cérebro" de Eduardo Punset, ou cliquem no link: How Stuff Works

Pandemic

Este é mais um jogo online. O objectivo não é muito feliz, é exterminar toda a humanidade. Contudo, ajuda-nos a perceber um pouco como se transmite uma doença, vírus, parasita ou bactéria, e os sintomas que pode causar. Ajuda-nos a ter uma noção da quantidade de pessoas que existem no nosso planeta, em cada região, e de como os transportes e as migrações podem constituir os principais meios de disseminação deste tipo de pandemias.

Joga Pandemic

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Curiosidade Científica

Uma em cada dez pessoas do mundo é um camponês chinês...

Não admira que sejam mais que as mães LOL

New II

Novo blog fofinho, visitem, é fofinho: Insólitas do Mundo

New

Caros leitores,

O blogue está com problemas técnicos: como podem ver, apenas uma mensagem é visível (com esta duas) e supostamente deveriam ver-se 20...suponho que seja devido ao tamanho...ora com isto quero dizer que para visualizar os antigos posts (e um que elaborei recentemente sobre o elemento do mês) é necessário clicar em "mensagens antigas", no fim destes posts.

Obrigado pelas vossas visitas :)

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Filosóficamente falando...

Ora bem, eu tive Filosofia durante dois anos, e posso dizer que foi uma disciplina que me marcou muito, positivamente. Basicamente aprendi umas coisas, que gostava de partilhar aqui no blogue. Uma das coisas que mais me dava prazer nesta disciplina eram as reflexões escritas e os textos argumentativos. Hoje acabei de ver pela milionésima vez (terceira, mais precisamente) a trilogia do Matrix, e tendo-o visto após ter aprendido algumas coisinhas nesta disciplina, apercebi-me de que estes 3 filmes são filosóficos...pois é: realidade, sentido, questionamento, dúvida, pontos de vista, escolhas, procura, essência humana...

E hoje, apetece-me partilhar a reflexão que mais prazer me deu elaborar nesta disciplina. É um quanto extensa e, como tal, vou publicá-la em 3 partes (era para ser em 4, mas já que falei na trilogia do Matrix...)... e cá vai a primeira:


Finitude do Mundo e Temporalidade - Parte I

Ao olhar para o título deste trabalho, deparo-me com uma primeira questão, que já foi pensada por muitos cientistas e por muitas pessoas que se apercebem de pequenos detalhes do simples dia-a-dia: O que é o tempo? Pois, como podemos definir o tempo? Foi sempre igual? Esta dúvida servirá de suporte a esta reflexão sobre a finitude do mundo, que está associada à temporalidade.


O nosso dia-a-dia é regulado desde que o Sol nasce até que se põe. O tempo a que estamos habituados foi concebido pelo homem para ser uma rotina conveniente, pois até as horas podemos alterar conforme as estações do ano, e podemos atrasar ou adiantar um relógio uns minutos, sem que tal tenha qualquer influência em grande escala… Contudo, um relógio não nos dá um “tempo”, pois a informação que retemos dele é relativa à duração do dia, à organização deste feita pelo homem, com base nos estudos astronómicos e astrofísicos sobre a rotação da Terra em torno de si própria, e cujo período é aproximadamente 24h. Segundo Einstein, com a utilização dos relógios, não conseguiremos saber se o tempo flui mais d
epressa, ou mais devagar, se é constante ou variável. Os físicos e os químicos dão-nos uma definição do tempo: “O tempo é uma sucessão sucessiva de sucessos que sucedem sucessivamente sem cessar”. De facto, é uma definição verdadeira, mas não nos permite obter respostas sobre um passado, um presente e um futuro do tempo. Outro aspecto interessante sobre o tempo está relacionado directamente com a Astronomia. Numa noite escura de céu limpo, ao olharmos para os milhares de estrelas sobre a nossa cabeça, estamos de facto a visionar esses objectos como eles eram há milhares ou até milhões de anos atrás, e algumas dessas estrelas podem, até, nem sequer existir. Tal acontece devido à enorme distância que a luz tem de percorrer desde emitida pela estrela, até aos nossos olhos. Assim, ao olharmos para o Universo estamos a olhar para o passado, um tempo passado, diferente do nosso, em que tomamos o presente como referência. Quando procuram pistas sobre o desconhecido ou esperam que algum fenómeno aconteça, os astrónomos muitas vezes questionam-se: “Será mesmo possível prever uma coisa que já aconteceu?”.

O tempo, para além de universal, é, de facto sucessivo. É graças à existência do tempo que existe e existiu evolução. Os nossos primórdios guiavam-se exclusivamente pelo nascer e pôr-do-sol, até que, num tempo, eles evoluíram e desenvolveram as suas capacidades, raciocínio e criatividade, e começaram a interessar-se pelos fenómenos que ocorrem no mundo: os que conseguem explica
r e os que ainda não conseguiram explicar. Tal evolução permitiu a existência da dúvida, do questionamento e da procura pelo saber. O tempo, contudo, não é algo material, não pode ser visto, nem sentido, mas apenas pensado. É, portanto, um númeno, e é subjectivo. Há quem diga no seu senso comum “Estou velha, o tempo dá cabo de mim”, quando de facto essa pessoa sente apenas os efeitos da passagem e da “sucessão dos sucessos” do tempo.

A dúvida e o questionamento levaram o homem a reflectir e a imaginar sobre como será o seu futuro, que con
sequências do presente existirão no futuro, e quais as consequências deste fluir do tempo. O homem serve-se da ciência e da sua criatividade para tentar prever acontecimentos, e obter alguma pista sobre um possível fim do tempo, algo que lhe permita saber se a raça humana persistirá por muito mais tempo, ou se o desenvolvimento nas diversas áreas de estudo conseguirá adiar ou evitar essa extinção em massa…enfim, como será a finitude do mundo?

...Continua..........

Ver
Parte II
Ver Parte III