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Nem Sempre Quanto Menos se Dorme Menos Sono se Tem

A quem é que não aconteceu já, dormir 4 ou 5 horas e acordar com as "pilhas recarregadas"?

Isto acontece porque, quando o nosso cérebro não recebe o seu repouso nas quantidades que precisa, ou seja, quando não dormimos as tais 8 a 10h, ele induz a libertação de cortisona e serotonina: hormonas do stress. O nosso corpo vai ficar mais alerta, mais activo devido ao stress. Podemos nessas alturas ter maior capacidade de concentração, raciocínio mais rápido...mas tudo tem um preço: o desgaste é enormíssimo. Privar o nosso corpo de dormir é fatal, e há certas investigações que afirmam que dormir pouco, diminui a longevidade, mas, em relação aos benefícios de dormir, falarei deles mais detalhadamente noutro post.

Ora, o desgaste causado pela privação do sono, bem como o stress do dia-a-dia são responsáveis pelo facto de nem sempre ficarmos de "pilhas recarregadas" quando dormimos as tais 4 ou 5 horas.

De qualquer modo, aconselhava a dormir sempre as 8 a 10h, porque uma estabilidade na concentração, uma estabilidade emocional, uma estabilidade física e uma estabilidade psicológica trazem muito mais benefícios do que os balanços stressantes a que o corpo e mente estão sujeitos quando não repousam o tempo suficiente.

Fonte: "A Alma está no Cérebro" de Eduardo Punset

O Desporto e as Dores

Vejamos os seguintes casos:

Há quem não pratique desporto porque, das vezes que pratica, sente uma enorme dor e desconforto;

Há quem pratique desporto, e sente dores e desconforto;

Há quem pratique desporto e depois deixe de praticar, e depois sinta dores insuportáveis.

Porquê?

Em relação à primeira situação, convém referir que, se não estivermos "em forma" o nosso corpo não está preparado para realizar actividades extra, como o desporto, daí que, quando uma pessoa começa praticar desporto, o seu organismo necessite de, nesse momento, se adaptar às novas condições e recorra a novas formas de obter energia: recorre à fermentação láctica.

A respiração celular e a fermentação são dois processos para obter ATP (energia utilizada em praticamente todos os processos metabólicos que acontecem, mas neste caso, em especial atenção, é a energia que é utilizada pelos músculos). A fermentação vai fornecer mais ATP a somar aos originados pela respiração. Da fermentação vai resultar o ácido láctico, que se acumula nas células musculares, causando as tais dores insuportáveis. À medida que a sua concentração diminui, as dores vão também diminuíndo.

Após um grande esforço, o organismo entra num período designado por "supercompensação", em que vai criar condições para adaptar o corpo para esse mesmo esforço, caso se repita: aqui as células vão ser capazes de realizar a respiração mais eficientemente (possuirão mais mitocôndrias, que são responsáveis pela respiração celular), diminuindo assim a necessidade de recorrer à fermentação. As dores aqui só ocorrem se a intensidade, a duração ou a carga do esforço forem maiores (e voltamos à primeira situação), ou por lesão, obviamente.

Por fim, quando uma pessoa que está "em forma" deixa de praticar desporto, vai ocorrer o contrário: o organismo vai precisar de se livrar daquilo que não precisa, e automaticamente começa a digerir músculo...e isso sim, dá dores insuportáveis, e um enorme desconforto, por vários dias. A pessoa sente-se com uma enorme vontade de libertar energias, e com as pilhas carregadas!

Apesar de tudo isto, o desporto é daquelas coisas que nos faz sentir bem, e faz o nosso coração trabalhar menos, mas mais eficientemente, o que permite aumentar a longevidade, saúde e imunidade. Contudo, a actividade física desportiva deve, se possível, ser orientada, para podermos obter dela os maiores benefícios.

Visitem:

Carga e Adaptação PDF

Ácido Láctico

Dores

BBC - Interactive Body

Aqui está uma aplicação engraçada, interactiva, para conhecer melhor o corpo humano, proveniente do site da BBC. Aqui há várias opções para experimentar: órgãos, sistema nervoso, esqueleto, etc. Experimentem: Interactive Body

Frases da semana

Frase Filosófica:

"Eu sou eu e as minhas circunstâncias" Ortega y Gasset

Frase Científica:

"A ciência não pode prever o que vai acontecer. Só pode prever a probabilidade de algo acontecer." César Lattes

Vídeo da Semana

Este vídeo foi um trabalho realizado pelos meus amigos, sobre os problemas que a nossa sociedade enfrenta, mostrando também perspectivas sobre o futuro, e levando-nos a pensar sobre as nossas atitudes, formas de enfrentar este tipo de problemas, e formas de evitar muitos deles.

Dou os meus parabéns à equipa que realizou este filme, pessoalmente, acho-o fantástico :)

Época Balnear

Como prometido, e como hoje é segunda-feira, regresso a este blogue. A minha ausência foi devido à participação no Campeonato Nacional de Nadadores Salvadores Júniors, e à respectiva preparação para esse campeonato.

Escrevo aqui um post relacionado com as 15 mortes que ocorreram durante a época balnear deste ano, e sobre alguns aspectos simples que podemos ter em conta para poder explicar estas mortes.

Em primeiro lugar, começo por responder à pergunta: porque é que a água é perigosa? A resposta é demasiado simples e óbvia, mas se pensarmos nesta questão, percebemos o porquê de tudo o resto: água só é perigosa porque nós, humanos, não conseguimos respirar dentro dela. Ok, grande novidade! Mas a isto explica o porquê de uma pessoa ficar preocupada quando se afasta demasiado da costa, tenta a todo o custo manter as vias aéreas fora de água, assim como uma pessoa que entra em pânico, pelo mesmo motivo; explica o porquê de não nos aguentarmos muito tempo submersos, explica o porquê dos perigos associados às obstruções das vias aéreas (engasgues), e consegue explicar porque é que o mar pode representar um perigo para qualquer pessoa, incluindo os exímios nadadores.

Mas uma coisa é certa: algumas das mortes que ocorreram foram devido a atitudes inconscientes dos banhistas: por exemplo, recordo o caso de um jovem de 17 anos que se atirou de uma ponte com os amigos, para dentro de um rio...só que não sabia nadar...ou os casos de mortes em praias NÃO VIGIADAS....porque se formos a tomar atenção, não são muitos os casos de afogamento em praias vigiadas ou que envolvam nadadores experientes. Dá que pensar, que reflectir, e para nos perguntarmos o que se passou na cabeça daquelas pessoas ao colocarem-se em perigo desta maneira. Outro factores prendem-se com o estado do mar, as correntes, o local dos banhos...

A palavra-chave aqui é a prevenção. Para prevenir acidentes destes é necessário educar toda a população sobre os procedimentos a tomar numa emergência, sobre os locais seguros para tomar banho, o que fazer, o que não fazer...enfim, prevenção sobre tudo o que gira em torno deste assunto...

Por exemplo: uma pessoa deveria saber que os locais mais perigosos são os que estão perto de casa, e os que o banhista melhor conhece, pois, ao contrário do que possa parecer, é nestes locais que o banhista mais arrisca, o que os tornam potencialmente mais perigosos; ou que a média mundial de afogamento é de 1 afogamento por cada minuto e meio (salientando que nem todos os afogamentos resultam na morte da vítima)...

Para a prevenção, hoje em dia, aposta-se mais na formação dos jovens e das crianças, e sensibilização para a adopção de comportamentos saudáveis: por este motivo, frequentei durante dois anos o curso de Nadadores Salvadores Júniors, na escola da Búzios de Coruche, e hoje sou capaz de realizar Suporte Básico de Vida, salvamento aquático, primeiros socorros, apoio a traumas, realizar prevenção aos que me rodeiam, entre outras coisas. A informação nunca é demais, e felizmente, encontra-se com a maior das facilidades.

Para Saber mais, visitem: Salvamento

Todos juntos podemos evitar uma tragédia, e não convém esquecer que nós, os nossos amigos, ou todos os que nos são queridos também podemos ser as vítimas...